Calmo como um bosque
forte como uma rocha
profundo como os sonhos;
violento como o Homem
fértil como o Amor
colorido como as cidades;
inconstante como o Tempo
rebelde como a Natureza.
Meio de união e causa de separação
fonte de Vida e cemitério de horrores;
dimensão de pensamento
eterno escultor.
Céu de muitos e Inferno de outros tantos
Ladrão de vidas e Vida de vidas
rotina de uns e medo de outros.
Origem do Futuro
Túmulo do Passado…
E mais não digo,
porque tu sabes de ti.
FC
Sinto o sabor do teu mar a ferver nas veias do labirinto do meu corpo
Sinto o fervor do teu mar, no impulso do desejo de querer-te
Sinto a acalmia do teu mar no doce toque do s(t)eu canto
Feita voz, cântico, balada, liturgia, encanto que me enternece,
Envolve, embala, devora, encanta, sossega e entorpece
Sinto a brandura do teu ser, num vulcão que me desassossega
e entrega a uma orgia de veludos de corpos e licores de seiva
Com odores de espanto e paz que me deleita
e entrega a uma orgia de veludos de corpos e licores de seiva
Com odores de espanto e paz que me deleita
Sinto, sinto o sabor do teu mar a ferver-me nas veias
EC
ESCONDENDO A ALMA
Não quero que vejam a minha alma,
mesmo que só como fotografia.
Quero preservá-la dos olhos humanos;
se é que outros não a poderão ver.
Escondo-a, como Sol encoberto que não se vê
- mas se sente…
Basta que tenha de expor o meu corpo
e já grande parte de mim é conhecida;
porque, até ele, reflecte algo da alma
- como a Lua em quarto crescente.
Se um dia alguém me vir a alma
vou pedir-lhe que ma descreva;
porque eu não sei se tem a forma do meu corpo
ou é tão vasta como o Cosmos
que os meus olhos podem ver…
Ou não terá tal grandeza
e será tão finita como o meu corpo!
Mas sem forma visível?
FC
Far-me-ei Afrodite para descobri-la
Far-me-ei Atena para possui-la
E não a revelarei se não a ti,
na grandeza justa da medida do sentir
E serás o cosmos
EC
10/2012