O sol cobriu fulguroso o teto do meu mundo
Banhou-o de luz dourada incandescente
No seu som embriagante mais profundo
E firmou o chão do meu abrigo persistente

Esgueirou-se pelas frestas mais estreitas da guarida
galgou o cinzento carrancudo e carregado do tapume
e instalou-se folgazão e sem reservas ou postura comedida
convidando-me sem pudor, a entrar no festim do fátuo lume

Sem guarda, entrei na dança insensata do costume
mergulhei nos volteios da marcha insana e deslumbrante sem queixume,
fiz-me à algazarra enlaçada de pejo e de recato, sem rubor ou azedume,

E deixei-me conduzir nas voltas sucessivas, obedecendo e acatando
o compasso ternário soberbo e marcado, da chama viva de comando,
deste sol vestido a rigor, para festa triunfal,do novo teto do meu mundo