porto, num momento...num andamento


assim, rendida ao teu encanto me detive,
porto abrigo, num momento… num andamento
pousados no teu corpo embriagados
meus olhos estiveram lá em todos os contornos
passeando-se embevecidos em sorvos de espanto

e em rasgos de espuma de névoa
e longos tragos de olhar se bastou minh'alma

de pronto o coração se te rendeu
preso ao porte, beleza, vestes nobres
tal sedução me enterneceu e desnudou
depois de te ter bebido, um  novo eu me acrescentou

assim fosse capaz de te ter oh invicta,
far-te-ía minha por inteiro

porto abrigo, num momento… num andamento, deixei-me conduzir
na cadencia do compasso da fina luz da névoa dos m(t)eus olhos
depois de te ter vivido, um novo eu se me acrescentou

assim de novo, rendida ao teu encanto