aconchego

Sonho-te 
Na rede tecida em noites brancas de doçura
Enleada em azuis de fumo entrelaçados no espaço
em dança ondulante em estreito abraço
e volteios em espirais redobrados de candura 

Quero-te

E deslizo e mergulho no meu mar
De rede tecida em brancas noites onde fico acordada
estendida na fina pele de rendas de sonhos em fios de teia bordada
onde desfilam cores em matizes de aurora com resquícios de luar

Espero-te
Na rede tecida em brancas noites dolentes
enquanto escuto o som da longa esteira de desejo
e me deleito com o licoroso chão do teu corpo ébrio ensejo
adoçado ao sabor da espuma arrastada em sorvos cadentes

Encontro-te
Na rede tecida em brancas noites onde me esqueço
enquanto ponto a ponto se preenche frisa a frisa
o corpo ondulante abandonado ao sabor da brisa
no fundo do pano do ventre negro e liso onde adormeço


Assim me conchego na rede de seda tecida em noites brancas
enleada em azuis de sonho em espirais ondulantes de doçura 
e volteios em espirais redobrados de candura