no teu mar


Ouço-te no teu mar
Numa leda canção de outros tempos de amar
E escuto-te no refrão de memórias fortes
Do travo amargo do sal que queres apagar
E quedo-me no (re)verso do sabor do tom que lhes queres dar

Assim te escuto enleada e rendida
Na doce toada do tecido macio das ondas reflectida
Com novos reflexos fiados de um ouro renascido
Neste mar sempre mistério, leito, chão desconhecido
Que tão sabiamente conseguiste reinventar

E assim me achei colada ao ventre do teu mar
Quando decidiste fiar de novo e teimosamente
a rede da tua força de acreditar onde estarei  aqui e sempre
Certa inteira e segura na firmeza de te acompanhar

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