lírio e tulipa em chão escarlate

Porque me guardais este fado?
Dizei-me senhor meu amado

Assim vos jurarei que em outubro,
pintarei toda esta vista, de chão de fogo rubro,
de lírios brancos e tulipas, dum raro veludo negro
de caixilho encontrarei, cortina de denso cedro

Assim vos digo, e assim farei, assim vai acontecer.
Acreditai podeis crer podereis mesmo conhecer
Pois em outubro assim vai ser, se te decidir pertencer

Verde pino quão ditoso, porque me separais o olhar,
serrais fileiras inteiras e me forçais a aqui estar?

Sombras negras de vestes brancas e braços erguidos aos céus
serão anúncios de meu fado, lembrarão um sonho meu
Corpos de plumas-de-seda, envoltos em finos véus
testemunhos do destino que o céu me concedeu

Pois um novo arco-íris, de um país inventado
surgirá no horizonte assim mesmo emoldurado
paleta de duas cores em direcção ao firmamento
farão as vozes dos céus, do novo conhecimento

Lírio e tulipa se erguerão acima do chão escarlate
mostrarão sua grandeza de gema de grã quilate


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