A Nau Violeta

Lá vem a nau violeta bem a tempo de contar,
Ouvi meus caros senhores esta trova de pasmar.

Ir então ao prestamista, prestigiado senhor
Não era, não querer dizer, de longe o viver a grego
Era sim, bem de verdade, pôr mesmo no Sr. Prego
Porque nos meados de dezanove, havia um benfeitor
Dono de todas as casas, ou ditos lugares de penhor
Onde iam todas as gentes, que queriam viver melhor

Na nova trip(b)ulação, num tempo de vinte e uns
Muitos em busca do Prego, ou outros e mais alguns
Viram ufanos chegar, a nova era afinal
Achando-se assim por dizer, agora de novo e igual
De volta em tempo real, ao tempo dos dezanove
Tudo na mesma afinal, tirando a prova dos nove

Em sinal de aflição, não tardaram em conceber
Agora pintadas de novo, outras tantas filosofias,
Mil e uma fantasias, requintes e ideologias
Fintas, jogos, tropelias, só para sobreviver

Apesar do desconforto, já sem mais imaginação
Pra não correr ao prestamista, ante tal condição
Achando-se gente de bem, e a não ter que mal parecer,
Com novas tecnologias, não iriam padecer
Eis que chegam então, à brilhante conclusão

Publicam um anúncio e clicam no botão

Outros tantos n(a) (des)ventura que procuram a solução
Cruzam também este caminho em torno da mesma razão
Esticar o orçamento numa busca bem malfadada
É a nova aventura, desta dit(os)a dura encruzilhada

E clicam também no botão

Porque apenas e só resta, o corpo para alimentar
Encontram-se assim por dizer,
Todos, na mesma ceia a comer
Literalmente, o sofá, a cama, a televisão e a mesa de jantar
Apenas para poder esticar o orçamento familiar
Pois é preciso salvar o corpo para trabalhar

É então que dão as mãos em torno da mesma razão
E ao velho novo prestamista, dizem não
Na busca da solução

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