da varanda do céu

Debruçada na varanda do céu
Finco os calcanhares na terra vermelha
E procuro o verde rubro da carne com cheiro de esperança
e cor com matizes de força de viver

Sinto o odor de sangue feito seiva
que pulsa das veias dos braços fortes do denso verde
e embrenho-me nas formas em desenho de corpo de ser
nascido tronco ramo rebento e ramo erguido
onde segura me escondo entre traços de folha e casca de pele de vestir

E assomo de novo às ameias do espaço de sonho
de onde alcanço a extensão de sul
e me refresco, saboreio e me aconchego em calmos silêncios
de conforto dos sons da orquestra vinda do verde denso de ti.