o brilho dos meus olhos

porque te agarras à minha mão,
abraças o meu pescoço
com palmo e meio de braços
e agarras o mundo de cima protegido
pelas águas calmas da bacia do meu colo,
me faço fonte, terra, abrigo, fogo e sombra.
por ti meu pequenino me agiganto cada dia,
descubro as tuas descobertas
me encanto com os teus encantos
fantasio as tuas fantasias
e até me apanho a cantar sozinha,
a dançar ao compasso dum semba de memória
que viaja a toda a hora comigo
me faz rir à toa
e me pinta aquele brilho nos olhos

obrigada mãe

obrigada mãe por aqueceres o meu ninho

ajudares a trazer de volta o balanço quente de dias vibrantes
mesmo com chuvas cinza de vento pintados
pulamos o fusco e pousamos leve na cor de fatos brilhantes
com gozo de tempos de novo inventados

é assim mãe quando aqueces o meu ninho