Meu primogénito, neste teu dia

Não, não é do careca dourado de que te vou falar
Dos trinta e cinco centímetros e quase quatro quilos de estanho
Vestido em ouro de catorze quilates pelo prestígio da sétima arte

Não, não é do cavaleiro brilhante que todos veneram
De espada de cruzado atravessada verticalmente no peito
Assente num pedestal à sua medida feito rolo de filme.

A Academia me perdoe, o colégio me absolva,
A cerimónia de muitos milhões na assistência me dispense.

Preferia antes lembrar a origem, como soa no velho inglês… OSker.
À lança dos deuses que faz jus ao teu desempenho na frente da vida
No do gaélico que te chama o amigo do veado
De Napoleão que te levou ao trono dos reinos do norte como Oskar I

Mas porque nem com Wilde ou La Renta,
Reconhecimentos à excelência,
Mitologias ou simbolismos de quem frequenta
Cerimónias de tanta eloquência,
Me contento,

Direi apenas,
Meu primogénito, neste teu dia,

Brilha como sempre o sabes fazer
Assenta bem os pés no rolo seguro do que quiseres escolher da sétima arte da vida
Empunha a lança dos deuses que faz jus ao teu desempenho na frente da tua vida
Esbanja a tua generosidade como do gaélico te dita
E acredita
Sê simplesmente
O meu filho Óscar