à espera

Deixa-me mergulhar no teu corpo feito berço
E vestir-te do meu odor de vida feito pele
Quero atravessar contigo a neblina do sonho feita névoa de prata ondulando azuis
E saborear o húmus da terra vermelha que nos espera

18 de Maio

Já caminhamos juntos.
Assim mesmo, lado a lado.
É assim que o sinto.

Embora ainda caibas nos meus braços,
Ainda sossegues da luta diária, no repouso do meu colo
Sinto-te caminhar comigo
Assim mesmo, lado a lado

Festejado no costume da tradição
Reunimos no espírito da família
E estavas lá, a ocupar já um lugar quase de saber
Saltaste a curva do quarto de século
Feita já de algumas batalhas que te escolheram
Sem te olharem o rosto de menino
E com jeito de gente grande foste vencendo
Com elegância e sabedoria.

Posso contar-te um segredo?
Não existe maior tesouro, maior dádiva
Do que ter-te meu, sabendo-te já dono de ti.
Obrigada, meu filho, meu primogénito.
Sinto orgulho de ser tua mãe