yes we CAN

ageitei-me bem no banco para tentar ficar um pouco mais confortável.
afinal, a viagem tem que continuar, entre emoções.
é a única maneira de traduzir com sentimento e elegância os solavancos como lhe chamaria a mãe.
tento ver o que me está a incomodar mas a almofada até é de sumauma e nem sei porque me queixo. se calhar é daquela que está por baixo e que não dá para perceber logo, e que ainda é de palha. embora bem remexida para ficar mesmo fofa bor baixo do riscado camões que lhe dá forma, prega-nos sempre partidas com dores nos viongos.
há-de haver sempre um toro na palha de milho a incomodar.
desde ontem que me acompanha esta tristeza, com um misto de frustração. porque teríamos que merecer isto? porque teria de acontecer. fui-me tentando manter informada e ouvir opiniões. consternação é a palavra que pode traduzir o estado de espírito dos que me acompanham. andei desde o morro da maianga até à kianda, à bela, ouvi todos os mujimos.
feriram-te mãe terra no coração do mayombe.
é assim mesmo entre emoções. da euforia à tristeza. não podemos dosear. há mesmo que acelerar nas rectas e abrandar nas curvas, mas temos que continuar a viagem.