esperança cor de cravo

lá vem a Nau Catrineta que tem muito que contar!
e era assim antes de dormir.de tanto ouvir os filhotes hoje sabem os versos de cor.
repetimo-los vezes sem conta.
a história dos marinheiros, a tempestade e o mar, o bem e mal, anjo e o demónio, homem e história, a percorrerem a imaginação dos miúdos, que acompanhavam a odisseia com a respiração presa nas palavras que me iam saindo como torrentes, imprimindo o cenário da desgraça e da vitória do bem sobre o mal.
a História Antiga era outra de eleição. e vistas bem as coisas, pareciam entrecruzar-se. aqui, também o Herodes e o Menino, a perseguição das crianças, a fuga. e finalmente a vitória do bem sobre o mal.
hoje, partilhei com eles as portas que abril abriu passagens do Ary, e a cadência marcada parecia voar nalguns momentos entre a Catrineta e o Herodes, o Anjo e o Demónio. parecia regressarmos à história ao fim do dia ou de animar os serões do antigamente, em que as ouviam deliciados e de olhos arregalados. aí fez-me pensar. ao meu neto vou ter que acrescentar o reportório. não me ficarei pelas naus, e um burrito que pela areia fora fugiu... vou contar também a história de um país muito pobre que mandava os seu jovens dentro de porões para Angola, e que um dia acordou com a esperança cor de cravo.