A história da Formiguinha que prendeu o pé na neve


A mãe raramente contava histórias.
Era o pai, quando voltava de viagem a cada duas semanas por vezes, que ao cair da tarde no quintal, quando a mandioqueira já não fazia sombra e só nos recolhia, ele punha as cabeças da miudagem do bairro que se juntava a nós, a viajar com ele pelas mil e uma noites, e pelos palácios de jade iluminados pela lâmpada do Aladino, ou a acompanhar as façanhas do Miséria, que andou mundo fora e cá se deixou ficar.
A mãe administrava os cheiros e as cores da casa, da nossa vida.
Houve um dia porém, que a mãe nos surpreendeu. Ainda estávamos no planalto central, com o pai longe no quente da capital a arranjar sustento.
Aqui, fazia frio, boa altura para a mãe fazer a manteiga saborosa, feita como leite comprado cedinho à porta, que se punha a dormir lá fora na varanda, e acordava fresca pronta a por no pão quente acabado de fazer no forno do quintal. Só que nesta altura, não havia cheiro de pão, e a tarde parecia não acabar. A mãe nesse dia não pos a mesa e aninhou-nos à sua volta e começou a história da formiguina que prendeu o pé na neve. Chegou a hora do jantar e a mãe continuava a história acabamos um a um por adormecer.
E é desta história que me lembro contada pela mãe. Todas as outras eram histórias das nossas vivências, do avô, da infância que nos faziam a companhia de todos os ausentes e nosprendia às nossas raizes. Das outras histórias ficou a da formiga que anos mais tarde,já adulta percebi que não tinha sido nada mais do que a única forma da mãe substituir o pão que naquele dia não havia para por na mesa.

Utopia | zeca

Utopia
(José Afonso)

Cidade
Sem muros nem ameias
Gente igual por dentro
Gente igual por fora
Onde a folha da palma
afaga a cantaria
Cidade do homem
Não do lobo, mas irmão
Capital da alegria

Braço que dormes
nos braços do rio
Toma o fruto da terra
É teu a ti o deves
lança o teu desafio

Homem que olhas nos olhos
que não negas
o sorriso, a palavra forte e justa
Homem para quem
o nada disto custa
Será que existe
lá para os lados do oriente
Este rio, este rumo, esta gaivota
Que outro fumo deverei seguir
na minha rota?

esperança cor de cravo

lá vem a Nau Catrineta que tem muito que contar!
e era assim antes de dormir.de tanto ouvir os filhotes hoje sabem os versos de cor.
repetimo-los vezes sem conta.
a história dos marinheiros, a tempestade e o mar, o bem e mal, anjo e o demónio, homem e história, a percorrerem a imaginação dos miúdos, que acompanhavam a odisseia com a respiração presa nas palavras que me iam saindo como torrentes, imprimindo o cenário da desgraça e da vitória do bem sobre o mal.
a História Antiga era outra de eleição. e vistas bem as coisas, pareciam entrecruzar-se. aqui, também o Herodes e o Menino, a perseguição das crianças, a fuga. e finalmente a vitória do bem sobre o mal.
hoje, partilhei com eles as portas que abril abriu passagens do Ary, e a cadência marcada parecia voar nalguns momentos entre a Catrineta e o Herodes, o Anjo e o Demónio. parecia regressarmos à história ao fim do dia ou de animar os serões do antigamente, em que as ouviam deliciados e de olhos arregalados. aí fez-me pensar. ao meu neto vou ter que acrescentar o reportório. não me ficarei pelas naus, e um burrito que pela areia fora fugiu... vou contar também a história de um país muito pobre que mandava os seu jovens dentro de porões para Angola, e que um dia acordou com a esperança cor de cravo.

assim os sonhos têm cheiro

desde que me lembro que a mãe faz as nossas delícias com o cheiro vindo da cozinha. assim o natal ficou sempre para nós com o cheiro dos sonhos. assim os sonhos têm cheiros e os sonhos são cheiros e há também cheiros de sonho.mas os sonhos de sonho são outros e não caducam de facto.
hoje,os caixotes de sonhos(*) fizeram-me lembrar a mãe,só isso.

(*)caixotes de sonhos foi o texto do J.Cê no seu blogue
e foi o meu comentário lamechas, só isso

passar o testemunho | acho que está na hora da quissangua

já tens algumas falhas de memória que em tempos me levou a todos os mundos que ainda não tinha visitado e a lugares onde só a nós nos deixaste entrar.
arrastas os pés que ontem ligeiros, calcorrearam as poeiras e nos ensinaram muitos caminhos.o teu corpo já em vão se esforça para te ajudar a seguir-nos nas nossas pressas de nada.
fazemos sempre as tentativas de longas conversas mas agora ficas-te só por algunmas frases que repetes mais tarde e só nalguns momentos mais felizes te descobrimos, e foi num destes que apanhei e te consegui segurar. não pude deixar de registar, e sabes? acho que o fio que ainda te prende é mesmo este. o da memória feliz dos dias quente mornos. o doutor descobriu a forma de te fazer voltar daquela vez desta maneira, quando te falou em quimbundo e tu só dessa forma respondeste e voltaste do lado de lá. e a mim, tem-me escapado muitas vezes esta forma de te fazer voltar às conversas longas, aos risos e gozos bem gozados.
foi quando me lembrei da receita da quissangua. se dava com milho ou não, podia ser amarela ou branca, essas coisas. Aí juntastes-lhe todos os preceitos, não balbuciaste ou repetiste,nada de incoerências. saíu-te escorreita e firme como nos velhos tempos. foi mesmo ao telefone, naquelas alturas em que nos ficamos normalmente pelo se está tudo bem, e pouco mais. não esqueceste de recomendar que depois vou aproveitar o fermento que fica para as próximas vezes, que fica três dias e cuidado se for na garrafa de vidro ter cuidado porque pode partir com a fermentação. Que dá para fazer com milho mesmo, e ainda deu para rirmos dos tempos que fazias crescer o dinheiro que o pai não conseguia mandar, com a tua bebida proibida que te fez passar uns bons maus bocados na administração. Aquela da denúncia do polícia invejoso que foi inventar bebedeiras à porta e outras coisas más que podiam difamar o bairro quando só vendias às escondidas no quintal das trazeiras o teu "cachipembe", que aliviava as dores das almas dos teus fregueses do "rivingui" e punha o nosso pão na mesa. assim a nossa conversa ficou doce e até nos esquecemos dos teus males de agora mãe. acho que está na altura da quissangua. vou tratar de começar eu a fazer. é que eu depois também tenho que passar o testemunho.

com neruda a fazer-nos entender


Se cada dia cai

Se cada dia cai, dentro de cada noite,
há um poço
onde a claridade está presa.

há que sentar-se na beira
do poço da sombra
e pescar luz caída
com paciência.

Pablo Neruda (Últimos Poemas)

Esperemos

Há outros dias que não têm chegado ainda,
que estão fazendo-se
como o pão ou as cadeiras ou o produto
das farmácias ou das oficinas
- há fábricas de dias que virão -
existem artesãos da alma
que levantam e pesam e preparam
certos dias amargos ou preciosos
que de repente chegam à porta
para premiar-nos
com uma laranja
ou assassinar-nos de imediato.

Pablo Neruda (Últimos Poemas)

Acontece

Bateram à minha porta em 6 de Agosto,
aí não havia ninguém
e ninguém entrou, sentou-se numa cadeira
e transcorreu comigo, ninguém.

Nunca me esquecerei daquela ausência
que entrava como Pedro por sua causa
e me satisfazia com o não ser,
com um vazio aberto a tudo.

Ninguém me interrogou sem dizer nada
e contestei sem ver e sem falar.

Que entrevista espaçosa e especial!

Pablo Neruda (Últimos Poemas)



Quero saber

Quero saber se você vem comigo
a não andar e não falar,
quero saber se ao fim alcançaremos
a incomunicação; por fim
ir com alguém a ver o ar puro,
a luz listrada do mar de cada dia
ou um objecto terrestre
e não ter nada que trocar
por fim, não introduzir mercadorias
como o faziam os colonizadores
trocando barulhinhos por silêncio.
Pago eu aqui por teu silêncio.
De acordo, eu te dou o meu
com u te dou o meu
com uma condição: não nos compreender

Pablo Neruda (Últimos Poemas)


Amor, quantos caminhos até chegar a um beijo,
que solidão errante até tua companhia!
Seguem os trens sozinhos rodando com a chuva.
Em falta não amanhece ainda a primavera.
Mas tu e eu, amor meu, estamos juntos,
juntos desde a roupa às raízes,
juntos de Outono, de água, de quadris,
até ser só tu, só eu juntos.
Pensar que custou tantas pedras que leva o rio,
a desembocadura da água de Boroa,
pensar que separados por trens e nações
tu e eu tínhamos que simplesmente amar-nos
com todos confundidos, com homens e mulheres,
com a terra que implanta e educa cravos.
Pablo Neruda

agora não me apetece

estava mesmo ferrada.
num sono profundo de nunca mais acordar.
acordei com a chamada de atenção
da peça que não encaixava no puzzle
plim! e o balancete lá estava.
kiakiakia dizia com ar zombeteiro
filho da caixa!
estava tão bom o sonho e foste-me acordar com essa mundanice.
porque não balancete?
fiquei chateada...
mas acordei.
agora já não me vai apetecer dormir

como peixe dentro de água

amei.
como peixe dentro de água,não te engasgate.
falaste connosco. com todos os nós do lado de cá.
e sem gagues foste contornando e dirigindo o veículo da linguagem.
escorreita, fresca, fluida e branda.
vou aprender umas coisitas a ver-te.
partilhei com todos inchada de orgulho
só não gostaste daquela do agradecimento, era assunto teu, disseste-me.
trabalho, afirmaste. e aí era teu terreno.
deixa lá, mesmo assim vi os teus olhos brilharem por eu ter contado do teu brilho do dia 11.

a belota já voltou

graças a deus!
a belota já voltou.
é a lufada de ar fresco do espaço
viaja sempre de uma forma descomplicada e sem nada de qué quié, ou novihoras.
acho que já me estava a fazer falta.
até estava a notar pela minha conversa a modos que amorfa.
melhor, lamechas... ou ainda demasiado séria... ou até perigosamente envolvida.
sabem que ela de certa forma e sem o saber, me deu este pontapé para esta estrada?
vou dar uns dedos de conversa até ali à carruagem dela e depois vão ver como venho menos macambúzia.

já começaste a jornada

o ofício que se avizinha fá-lo
ainda antes de o ser
por ser bom conselheiro
já lhe auspiciaram arte maior

sabes que adivinhas o que queremos ouvir
e num passo telepático assumes o controlo
e desfazes-nos com a mágica sabedoria
de que só os dotados da arte maior possuem
e consegues preencher os cantinhos mais estreitos
dos nossos vazios ou tristezas mais escondidas

és o nosso fiel da balança
uma das traves que sempre ajustou os seus pares
para que ao tomarem a forma nela me possa recolher
assim segura, protegida e ao mesmo tempo protectora
no triangulo perfeito que escolhi ter

meu amor tu já começaste a jornada

no dia 11 brilhaste filho

já se torna difícil acompanhar-te os passos
lembras-te? os primeiros foram seguindo os meus
com os manos já a par, na confiança dos crescidos
um dois à frente, um dois atrás,
e volteávamos ao ritmo das músicas
contigo num esforço para não descolar os pés dos meus.
olhavas-me certo de que eras o meu par perfeito.
agora, deixo-me guiar e quase te sigo
e junto-me na alegria, no ritmo, no compasso
de um quase homem menino jovem, feliz
a esbanjar frescura e energia a arrastar a multidão
fazendo-me crer naquele momento,
que por mais feitos ouvesse,
não caberiam nos meus olhos prenhos de ti,
da tua luz, do teu fogo, da tua paixão
minha estrela, meu amor
caminharei contigo na dança da vida
com a imagem do teu sorriso rasgado
a iluminar agora os meus passos

apetece-me

Deambulo inebriada nas palavras que encontro
Procuro a invenção de um espaço que faço meu
e numa dança tântrica deixo-me possuir
e não tento, não quero, não procuro resistir
Apenas sonhar os sonhos de quem sabe sonhar

Agora fala o Preto

Esta nota fez-me lembrar um episódio engraçado que não pude deixar de partilhar.
ainda por cima num blog delicioso, fresco e acolhedor: é uma professora que dizia: "...Hoje vou deixar as minhas primeiras impressões do 6ºJ, uma das minhas turmas de Percursos...até porque tenho muitas amigas por aqui, neste meu "cantinho".
Pois bem...Fui recebê-los à sala, com a DT...e, para meu espanto, dois alunos desataram a rir, quando lhes disse que me chamava Isabel Preto. Claro que foi contagiante e os dez presentes desataram a rir!
Após a surpresa reagi, fiz de conta que não era nada comigo. Fui perguntando os nomes deles e a cada resposta, também eu desatava a rir, sendo que à minha volta se ia fazendo um silêncio enorme! Por fim perguntei-lhes se era agradável ouvir rir dos nomes deles, até porque eles tinham nomes bem mais "estranhos" do que eu...expliquei que cada um tem o seu apelido e isso não é motivo de riso, pelo contrário, temos que respeitar os outros, ainda mais eu que era professora deles; acrescentei que esperava outra atitude na primeira aula, porque estávamos a começar muito mal e não admitia comportamentos desses.
Depois, disse-lhes que adoro ser professora e se eles quisessem faríamos "coisas muito giras", mas isso dependia deles e como iam ter de me aturar 172 aulas, seria melhor que tudo coresse bem, ou não seria agradável, nem para mim, nem para eles.
Durante todo o tempo, ouviram em silêncio e alguns começaram a pedir que lhes explicasse o horário! É incrível como estando no 6ºano, têm dificuldades em interpretar o horário!
Fiquei com a sensação que nos vamos entender bem, após o pequeno incidente.
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Agora vejam o que me apeteceu partilhar...
corria o ano de 85 mais coisa menos coisa. o meu mano mais velho estava num plenário de trabalhadores na EDP, as coisas não andavam bem. depois de discursos e intervenções calorosas o meu mano estava cada vez mais desejoso de intervir e tinha manifestado algumas vezes essa intenção, mas outros se sobrepunham o que o ía deixando ansioso. a páginas tantas, alguém se pronunciou apontando na sua direção: - agora fala o preto! O meu mano gelou... Engoliu em seco e tentou respirar. agora transpirava. quando finalmente se recompunha a fim de responder à letra, levantou-se o colega mesmo atrás dele e começou a sua intervenção. o seu apelido era preto.
nas nossas conversas quentes e saborosas em família entre muitos funjes ainda nos rimos durante uns tempos deste episódio...

MBATI KALONDO KUITINDI

MBATI KALONDO KUITINDI "O cágado não sobe ao tronco".
Sempre que se encontre um cágado por cima dum tronco ou coisa parecida devemos pensar que alguém aí o colocou. Significa também que os detentores de cargos, sejam eles..."
postado por MESU MA JIKUKA em Provérbiosangolanos
um provérbio que encontrei no bloger Canhanga hoje. A sabedoria dos nossos mais velhos a chamar-nos à responsabilidade.
Agora,em tempo de eleições, é bom lembrar.

imagem retirada do bloger pitigrili
é tão só odia do meu aniversário!!! por isso mesmo especial, e como sou de sessenta também vou nos 49. Então 09-09-09 49 anos. Não é mesmo especial? Faz-me crer que daqui a alguns anos farei 99 no dia 9 9...

Gerónimo Como Ele Próprio

estive quase tentada a colocar a interrogação à frente do título...
Depois de uma breve hesitação resolvi acreditar e porque acreditei não interroguei.
Acompanhei-o ontem numa viagem com o convite extensivo a todos os que o quisessem acompanhar e eu segui-o. Foi agradável a sensação de conhecer. Convenceu-me a sua verdade e honestidade. Achei-o convicto. Gosto de pessoas convictas.
Ele tal qual é. Se não me vier a desapontar, parabéns, ou muito prazer, gostei de o conhecer e obrigada pela viagem. Daqui a uns tempos espero eu. Voltaremos a falar deste viajante.

meu amor, hoje é o teu dia

fomos cúmplices da loucura sã da ingenuidade
amantes da aventura pura e arrebatora da paixão.
pela vida na vertigem do desconhecido que nos tenta
demos mais uma vez as mãos para o salto sem rede.
era seguro dizias tu, com a sabedoria dos verdes anos
enquanto deambulavas enebriada no turbilhão da dúvida
sedenta da razão da certeza que te acompanha
e te faz dona de ti e do futuro
e eu...acompanho-te como afinal sempre soube que o faria
fecho os olhos
e sonho contigo na noite iluminada de esperança
os sonhos que de dia se desviam do real
e parecem despir-se de sentido
então, juro a mim mesma vezes sem conta,
que não não e não te acompanharei
mas abraço-te esquecida e marcho contigo cria minha
em nome da felicidade que se faz minha quando tua
e consigo sorrir
meu amor, hoje é o teu dia
um pouco de poesia. este do Antero Abreu fui hoje buscar ao blog Angola: os poetas

Libertação

das mentiras loucas que me envolvem
vou quebrando os liames um a um
e da angústia da libertação
nascerá um dia a paz
do ser e do não ser.

das mentiras vãs que me amordaçam
os véus arrancarei a um e um
tristes despojos dum passado velho
que em mim se quis perpetuar.

e deixarei um rasto de desilusões,
um caminho de lágrimas choradas;
um pouco do que fui em cada dia.
mas ficarei seguro e afirmado.
com a serenidade dum buda na floresta,
com a nudez dum Cristo no redil.

Antero Abreu

é claro que a seguir fui comprar a EP e quem vier atrás que apague as luzes

sim, é que aqui para Cascais, Concelho,não há onde se compre a dita para os três dias, senão Cascais na vila e na Parede. Liguei para Tires, nada... entretanto quando liguei para a Parede é que me disseram que Tires estava fechado. E lá fui eu à hora de almoço. À conta disso estou eu aqui sem almoçar... A seguir meti-me num taxi. Não é que o taxista não soube fugir da EN e que por um triz não chegava a horas de abrir a loja. Bem já era azar demais... fazendo bem as contas, os dezanove euros mais o taxi quase que chegava ao preço de amanhã, os vinte e oito euros... mas olha, deu para desanuviar e dar ânimo aos camaradas da Parede. Apetece-me dizer camaradas. Eram mesmo.um ar feliz. Velhos vivos de vida, os camaradas. E com um aperto de mão forte saí com o exemplar do avante na mão com o programa das festas e a minha EP.
é só uma? sim por enquanto. não sei quem mais vai. mas a minha já a tenho. e quem vier atrás... e remata ele; que apague as luzes!

quem me pode substituir segunda feira de manhã?

olá,
sim,sou eu. sim,sei que falei contigo ontem... mas, recebi mesmo agora uma chamada...
pois, a minha filha casa na segunda feira.
sei que hoje é já quinta,mas só soube agora... ela acabou de me ligar a comunicar que vai casar...
pois,vou precisar de folgar na segunda de manhã e assim de repente gostava de saber se mepodes substituir.
ah, vais levar o teu pai a Viseu, pois sei.
é complicado...
olha, vê o que podes fazer, ainda estou a digerir...
estás azamboada?
pois imagino...
beijinhos.
até logo.

com ou sem alianças pouco importa...

mãe,(felicíssima) tenho uma coisa para lhe contar.
Foi o ... o meu neto,queria eu dizer mas não me deixou acabar.
mãe, é só para dizer que vou casar (entusiasmo)
.............
sim, na segunda feira às onze e meia! (ainda mais feliz)
...................
mãe!
pensava que era ele que finalmente não tinha chorado quando o levaste para a creche...
não, ele voltou a chorar e só o deixei à porta, já não fiquei, mas mesmo assim chorou...
então e não são precisas testemunhas?...
não não é...
e.. e é assim?..
ah, se a mãe quiser ir..
ah, se eu quiser ir... está bem...
beijinho filha.
beijinho mãe.
bem... hoje é quinta-feira...